Tese de doutoramento, defendida na FAUUSP em abril de 2008.
Venho pesquisando a possibilidade da Liberdade quanto ao projeto (arquitetônico, industrial, de interação, interfaces, urbano, artístico, etc…) desde minha dissertação de mestrado, quando me deparei com a inerente imobilidade conceitual da maioria dos projetos de arquitetura “móvel”.
Partindo da contribuição da Fenomenologia de Merleau-Ponty e do Pós-estruturalismo de Deleuze e Guattari, desenvolvi uma abordagem para o Projeto da Complexidade.
Primeiramente, a abordagem envolveu a atualização do chamado “Metadesign”, metodologia de projeto já bastante estabelecida, mas ainda caucada na noção de sistemas complexos como compreendida – de maneira instrumental – pela cibernética e teoria dos sistemas.
Minha proposta foi acoplar práticas e abordagens do Software Livre, da Emergência, da Teoria da Informação, da Programação de Computadores, da Arte e da Poética para propor uma noção de projeto colaborativo que tem no Corpo seu fulcro existencial e propositivo. Dei o nome de “Arquitetura Livre” para essa abordagem.
Muitas outras pessoas já vêm utilizando o termo com conotações similares, mas procurei estabelecer um vínculo entre tecnologia de ponta, contexto político-cultural e a filosofia contemporâneos em que os aspectos “instrumentais” fiquem sumissos aos “ferramentais”.