A partir de uma coleção de arquitetos e propositores denominados sob o termo “arquitetura móvel”, pudemos identificar a tendência à formalização estrita da arquitetura em componentes modulares como modo quase obrigatório de composição espacial e da estrutura portante para a mobilidade e a flexibilidade do espaço arquitetônico.

A tendência à conformação de teorias e abordagens projetuais de cunho científico marca o desenvolvimento da arquitetura móvel e adaptável. Arquitetos como Yona Friedman, Nicholas Habraken, Frei Otto, Buckminster Fuller e Konrad Wachsman propuseram modos formalizados e/ou científicos de composição arquitetônica.

Vemos nesse conjunto de práticas e propositores uma tendência ao projeto de “segunda-ordem”. Tal abordagem já foi denominada “Metadesign”, e envolve uma coleção de procedimentos que possibilitem o lido com um conjunto complexo e extenso de componentes. Métodos de arquitetura gerativa e da ciência da computação procuram compreender o projetar como a composição de um processo, no lugar da composição de um produto finalizado. Envolvendo a abstração do ato projetual em função da complexidade e da mutabilidade do ambiente construído, o projeto da arquitetura móvel se ancora na organização estrita da coleção de componentes possíveis (módulos e sistemas).

No entanto, o processo de projeto para a mobilidade se choca com a própria natureza da mobilidade: a filosofia pós-estruturalista procura, justamente, por compreender a variabilidade das percepções e processos culturais a partir de um ponto de vista que rechaça a formalização como panacéia para a mobilidade – tanto espacial (arquitetônica e urbana) como sócio-cultural (conceitos e agenciamentos).

O presente artigo procura articular tais conceitos na compreensão do contexto sócio-técnico que acompanha o incremento de mobilidade espacial, urbana e territorial da população do início deste século.

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A Formalização como Fator da Mobilização da Arquitetura: Arquitetura Móvel, Arquitetura Científica e Metadesign.

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