Dissertação de mestrado. Apresentada à FAUUSP em outubro de 2002.
Neste texto, sintetizei minha pesquisa tecnológica, ambiental, espacial e sociológica quanto à mobilidade do espaço arquitetônico, assim como identifiquei tipologias urbanas cogitadas e propostas pelos arquitetos da mobilidade. Pesquisei as técnicas de construção e estruturais da arquitetura móvel, os principais proponentes deste tipo de arquitetura.
Mas, certamente, a questão mais importante ali foi se haveria concretamente uma “arquitetura nômade”. No contexto urbano contemporâneo, em que predomina um “mobilidade do turista”, conclui que existem duas arquiteturas móveis: a do “nômade urbano” (a população sem-teto), e uma “arquitetura móvel sedentária”, na qual a mobilidade é apenas ferramenta para que as estruturas sociais possam acomodar-se a movimentos a ela inerentes, sem que a sociedade efetivamente torne-se nômade. Ou seja, a Arquitetura Móvel contemporânea, como praticada pelos expoentes e como infra-estrutura de eventos, shows, espetáculos, auxílio a desabrigados, infra-estrutura militar e de turismo é muito mais uma “válvula de escape”, do que a procura por um modo libertário de vida, crítico aos laços sócio-espaciais por demais fixos e estáveis.