A proposta do projeto Pocket Car é questionar as possibilidades da tecnologia contemporânea, e sua aplicação na reconfiguração do aparato que chamamos de “veículo individual”. Como Marcus Del Mastro bem coloca, o automóvel “genérico” é um meio de transporte “coletivo privado”, e não um veículo individual. Estes seriam as motocicletas, e as diversas tentativas de micro-carros, e variantes. Em geral, tais propostas foram malogradas por mostrarem-se inteiramente inadequadas para o convívio em uma ecologia urbana dominada pelo motor a explosão e pela autopista…
As múltiplas possibilidades da tecnologia digital contemporânea ainda não comparecem nos projetos de veículos. Incrivelmente, a Arquitetura do Produto “Automóvel” pouco mudou nos últimos 100 anos. Começamos esse projeto por questionar essa arquitetura, e propondo uma arquitetura de produto alternativa, ligada às estruturas leves, aos materiais compósitos, ao controle informatizado, e à computação ubíqua.
Por outro lado, que cidade seria essa, não mais “entupida” pelo automóvel de cinco lugares, bagageiro, potência da centena de cavalos, armadura de aço? Quais as modalidades de ambiente urbano que poderiam surgir a partir daí? Quais ecologias de transportes e tráfego que se desdobrariam da banalização de um meio de transporte leve, altamente eficiente e relativamente barato?
Dizem que Steve Jobs teria comentado, quando apresentado ao Segway: “novas cidades serão projetadas em função dessa máquina!” Mas, mesmo que as cidades não tenham sido propriamente projetadas em função do automóvel, certamente ele é o fio condutor do ambiente urbano inóspito em que vivemos. Dia 20 de dezembro de 2008, nos reuniremos no Teatro do Centro da Terra, às 20:00hs, para apresentar o que viemos desenvolvendo nos últimos anos. Contamos com a presença de todos os interessados. Este é um projeto colaborativo.