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Fala-se muito de como a tecnologia para a energia solar ainda está engatinhando. O que se quer dizer com isso? Bom,em geral, se alude à tecnologia de semi-condutores que é capaz de converter a radiação solar diretamente em energia elétrica, do fluxo de fótons ao fluxo de elétrons, diretamente. As prosaicas placas ou painéis foto-voltaicos.

Luminares como James Lovelock, propositor da hipótese Gaia, desprezam a energia solar justamente devido à complexidade industrial (fabricação) e manutenção de dispositivos fotovoltaicos.

No entanto, a energia solar já é utilizável hoje, com o uso de tecnologias relativamente simples, de fácil fabricação e manutenção. Isso, sem falar da verdadeira revolução (ou “conflagração”) que cerca o uso de painéis de células foto-voltaicas.

Por um lado, com o acoplamento de espelhos a motores Stirling obtém-se resultados muito satisfatórios, com uma tecnologia essencialmente simples: uma máquina térmica (motor stirling) recebe os raios solares concentrados por espelhos parabólicos ou de uma grande quantidade de espelhos planos. Em ambos os casos, redireciona-se a radiação que incide sobre uma área de insolação relativamente grande para a pequena extremidade “quente” do motor de stirling que, por sua vez, impulsiona um dínamo. Existem muitas variações sobre o tema, e plantas de geração de eletricidade a partir da concentração de raios solares já estão em operação na Espanha, Califórnia e Alemanha.

Por outro lado, um documentário recentíssimo, “Here Comes the Sun”, relata a explosão da tecnologia, e do mercado, relacionados às células foto-voltaicas. A Alemanha está passando por uma “revolução solar”, instalando freneticamente painéis solares nos telhados – negócios como o “aluguel de telhados” são das atividades mais “quentes” do momento…

Ou seja, a obviedade da energia solar finalmente é alcançada pelas “brilhantes mentes” do “energy business”. Calcula-se que uma área equivalente à da França, de painéis foto-voltaicos instalados no deserto do Saara seriam suficientes para atender a totalidade da demanda de energia global atual!! Ou, observando-se a questão em outra escala, 10% dos telhados da Alemanha seriam suficientes para atender a totalidade da demanda daquele pais!!

Um fato impressionante é que a Alemanha não é um pais especialmente propício para a coleta de raios solares: alta latitude, poucos dias ensolarados durante o ano, invernos rigorosos… No entanto, prevê-se que, na próxima década, a Alemanha já será um pais cuja energia será de origem predominantemente solar!!!

Por que esse movimento não começou antes?
Como diz Herman Scheer, um dos luminares alemães da energia solar, no documentário “Here Comes the Sun”: “Os especialistas em energia [fóssil, nuclear, eólica] são parte do problema, não da solução! [por causa da sua fixação em um modelo centralizado de geração e distribuição]”. Em outro momento, cita Schopenhauer: “Primeiro, todos dizem como sua proposta [a energia solar como solução geral] é absurda, e nunca poderia funcionar. Depois dizem que a idéia é aceitável, mas existem muitos obstáculos para sua concretização. Por fim, dizem que eram todos a favor da idéia, desde o início!”…

É bom frisar que a transição para uma matriz energética distribuída e inerentemente mais igualitária não deve ser das mais pacíficas, certamente envolvendo uma boa dose de confrontos em política econômica.

Sol Power!

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