Em dezembro de 2014, participei do II Seminário Internacional das Artes e seus Territórios Sensíveis: Metodologias e Processos de Criação em Artes. Foi uma oportunidade de diálogo muito rico com numerosos artistas, colegas acadêmicos e com o pessoal de Fortaleza.

Em seguida, nos convidaram a publicar uma contribuição para os anais do evento.

Contribuí o texto “Fratura Romântico-Positivista: um ensaio sobre a epistemologia da poiésis.” Nele, construo um ideário quanto ao “lugar epistemológico” das Artes, da Poiésis e da Estética.

É um assunto sobre o qual vinha ensaiando em palestras, aulas, pequenos textos, e secções de textos mais amplos — como na tese de doutorado. E trata-se de um assunto que considero crucial para compreender tanto o campo sócio-antropológico das Artes, como também da dimensão política inerente à atividade poética.

Mas, também, me parece que campos de conhecimento como a Arquitetura, o Design e suas diversas vertentes, dependem deste questionamento — exatamente para superar o grande problema que chamo de “travestimento científico”, que consiste no exercício de camuflagem da atividade eminentemente filosófica que é, em suma, a pesquisa nestes campos de conhecimento em pretensas empreitadas científicas, sempre sob pressão intensa do establishment tecno-científico e acadêmico, comumente envolvendo a ameaça de inviabilidade financeira da pesquisa.

Seguindo a linha de indagação que lanço no texto, procuro mapear as tensões políticas e cognitivas que compõem os campo sociais que são outorgadas à Ciência, à Arte e à Tecnologia, em uma tessitura ideológica que sustenta o fluxo de poder e financiamento pautado pela jurisdição contemporânea. A origem desse mapa é o fato fundador do contexto antropológico em que vivemos hoje, no início do século XIX, o que chamo de “Fratura Romântico-Positivista”.

Link para o PDF do artigo.

Fratura Romântico-Positivista: um ensaio sobre a epistemologia da poiésis.