dinosauro

O famoso fresco da Capela Sistina, de Michelangelo, com Adão reclinado, esperando ser ungido por Deus, que se estica todo para alcançá-lo.

No Museu de História Natural de Los Angeles, existe um evento chamado “Dinosaur Encounters”, em que “dinosauros passeiam entre os visitantes”: atores (mímicos) utilizam um animatronic parcial (pois boa parte do movimento é do próprio corpo do ator), e causam espanto nos presentes, em especial, as crianças.

A cena, por algum motivo, me parece ter significado especial: a mãe que estica a mão para tocar o dinosauro, reconfortando a criança no carrinho de bebê… Não sou grande conhecedor de paleontologia mas, pelo que sei, ainda não existe teoria definitiva sobre o que eram os dinosauros, ou como eles viviam. Da última vez que verifiquei, acreditava-se que os dinosauros não estão estintos, pois alguns de seus descendentes, os pássaros, ainda encontram-se entre nós.

O “dinosauro” que se estende para cheirar o bebê é um objeto da imaginação, assim como Deus, diria um ateu. “Tocar a transcendência!”… A ciência, como peça da indústria cultural, excreta imagens, crenças, mitos e, principalmente, memes — mas tenho certeza de que Dawkins discordaria que a ciência se propaga como os memes, sendo que ele despreza toda forma de religião que, para ele, são memes das mais contagiosas…

Em outras oportunidades, já insisti que “a Ciência diz a Verdade, mas não Toda a Verdade”. Verdades múltiplas, significados vagos. Mas a ciência se propaga como parte da Indústria Cultural, a isso atesta a grande popularidade dos museus de ciência, e do evento “Dinosaur Encounters”, em particular. Na maior parte do tempo, a Indústria Cultural não incentiva o aprofundamento no conhecimento científico, apenas divulga “a última descoberta” ou, pelo menos, “a descoberta mais bombástica do momento”, que se propaga por ‘contaminação’ e anedotismo, memes…

Como diria Nietzsche: o roteiro é o mesmo, só mudam os atores…

Deus Ex Scientia

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