Em julho, ministrarei duas atividades na “Hub Escola de Inverno”, a iniciativa que o HUB SP organiza há 3 edições em formato novo e interessante de educação. São múltiplas atividades entre 11 e 31 de julho de 2011. E os participantes pagam o que acham ser justo para cada atividade…!
A 1a atividade é sobre Metadesign e um novo modelo de urbanidade com o qual trabalho há alguns anos: a “Cidade Distribuída”: “Metadesign e a Cidade Futura: sustentabilidade, cultura e tecnologia”.
O projeto Pocket Car pode ser considerado um desdobramento importante dessa nova noção de urbanidade.
O Workshop irá ocorrer em 13 de Julho (quarta-feira), das 14h00 às 18h00. (entre 60 a 120 reais – “pague o quanto considerar justo”)
A “Cidade Distribuída” é baseada no conceito dos “Sistemas Distribuídos”, como as redes distribuídas de telecomunicação (Internet, LANs, etc.). Há uma relação íntima com os “Rizomas” de Deleuze e Guattari, conceito fundamental para compreender a ascensão de manifestações sócio-culturais como as recentes insurgências no mundo islâmico e redes sociais como Facebook.
Esse modelo de urbanidade não é apenas tecnológico, ele é “tecno-social”, pois envolve os modos como os contatos sócio-culturais se estabelecem e se mantém…
A Cidade Distribuída não é um “local”, e a “vizinhança” não é seu único mecanismo de interação — no entanto, esse é o modo como, ainda hoje, urbanistas veem as cidades: “locais” que sustentam “relações sociais”. Desde a cidade industrial, os locais são meros suportes, criados para acolher funções completamente abstratas: os “programas” que ocupam os edifícios e equipamentos urbanos (a indústria, a escola, hospitais, parques, estações e aeroportos, etc.). Chamo isso de uma primeira fase de desenraizamento da sociedade do espaço (o que Deleuze e Guattari chamam de “Desterritorialização”). “Locais”, na cidade industrial, são apenas dados geográficos de um esquema sócio-político muito mais vasto e abstrato. Trabalhei essa questão em minha pesquisa de mestrado, sobre mobilidade urbana e arquitetura móvel.
Dentre os múltiplos mecanismos de interação da Cidade Distribuída estão as redes sociais, as comunidades de interesse, sistemas de co-working, a economia de serviços, etc. Em todos os casos, há um substrato técnico imprescindível: redes de telecomunicação banalizadas, quase sempre, a Internet.
A proposta do Workshop “Metadesign e a Cidade Futura” é discutir, com mais profundidade e extensão, o conceito da Cidade Distribuída, tendo o Metadesign como meio de análise e projeto.
A 2a atividade é completamente diferente da 1a, e bastante fora do comum para mim. É uma palestra sobre um assunto que está comigo há um bom tempo, mas sobre o qual raramente me manifesto: “Espiritualidade e Teoria do Conhecimento: Epistemologias Alternativas para a vida espiritual”.
A palestra irá ocorrer em 25 de Julho (segunda-feira), das 19h30 às 22h30. (entre 45 a 90 reais – “pague o que considerar justo”)
A proposta é apresentar e discutir uma visão a respeito da espiritualidade que não seja dogmática, religiosa ou tradicionalista. Mas sim uma visão pessoal, por um lado, e por outro, que seja compatível como forma de conhecimento rigoroso, mesmo que não compatível com os cânones científicos contemporâneos.
Espero poder contribuir para a espiritualidade de quem participar da atividade. Em especial, para ampliar uma percepção autônoma, auto-motivada, da vida espiritual…
Para mim, esse é um assunto arriscado. E, para quem me conhece profissionalmente, ou mesmo pessoalmente, será certamente uma surpresa me escutar falando disso. No entanto, tenho me sentido cada vez mais impelido a falar sobre minhas percepções e teorizações neste campo… E essa me pareceu uma oportunidade interessante, sem obrigatoriedade de absoluta coerência ou vínculos acadêmicos. Vejamos no que dá esse experimento!!
Espero ver muita gente por lá!!!